Texto por Colaborador: Redação 17/07/2025 - 02:30

Após anos de cautela no mercado de transferências, o Liverpool está fazendo movimentações de alto valor. O clube, conhecido por sua prudência financeira relativa, frequentemente evitava o frenesi de gastos visto em outras partes da Premier League. No entanto, este verão marca uma mudança brusca de tom.

Os Reds entraram no mercado de transferências com uma agressividade incomum. Contratações de grandes nomes, valores expressivos e uma ambição renovada definem o verão até agora. Florian Wirtz, Jeremie Frimpong e Milos Kerkez foram adquiridos por um total de 185 milhões de libras, e outra grande transferência, a de Alexander Isak, está supostamente nos planos.

Mas essa nova assertividade não representa uma mudança completa de paradigma. Ela é produto de um planejamento de longo prazo, finanças cuidadosamente administradas e um aumento favorável nas receitas.

O aumento da receita impulsiona a nova ambição. A base dessa onda de gastos está nas receitas recordes do Liverpool. A participação constante na Liga dos Campeões e um bom desempenho nacional, incluindo o título da Premier League na temporada passada, aumentaram consideravelmente a renda do clube proveniente de prêmios, transmissões e parcerias comerciais. Além disso, a remodelação de Anfield, que aumentou a capacidade do estádio de 54 mil para mais de 61 mil espectadores, elevou significativamente a arrecadação nos jogos.

Segundo estimativas do Financial Times, a receita total do clube atingiu aproximadamente 714 milhões de libras — cerca de 100 milhões a mais que no ano anterior. Esse poder financeiro adicional é crucial, mas é apenas uma parte do contexto.

A cautela do passado cria a flexibilidade presente. Nos últimos anos de Jurgen Klopp, os gastos do Liverpool foram modestos. No verão passado, a primeira temporada de Arne Slot, houve apenas duas contratações, e a janela de janeiro passou sem nenhuma aquisição. Essa prudência resultou em menores custos de amortização e menos passivos financeiros acumulados, além de perdas modestas em 2023 e 2024 — bem dentro do limite de 105 milhões de libras permitido pelas Regras de Lucro e Sustentabilidade (PSR) da Premier League para um período contínuo de três anos. Assim, os Reds estão com as contas equilibradas.

A estruturação inteligente das vendas e transferências também ajuda. Produtos da academia, como Jarell Quansah e Caoimhin Kelleher, foram vendidos recentemente, gerando cerca de 50 milhões de libras em lucro líquido. Outras possíveis saídas nesta janela, como Tyler Morton e Harvey Elliott, podem aumentar ainda mais esse lucro, compensando grande parte dos novos investimentos.

Além disso, potenciais vendas importantes, como as de Luis Diaz e Darwin Nunez, apesar de inicialmente gerarem grandes custos ao clube, podem ajudar a equilibrar as contas a médio prazo. As transferências recebidas costumam ser estruturadas com pagamentos distribuídos ao longo de vários anos, o que significa que, por exemplo, um jogador comprado por 100 milhões de libras pode custar cerca de 20 milhões por ano contabilmente, dependendo da duração do contrato, permitindo ao clube operar dentro dos limites do PSR.

Portanto, o que parece um afastamento repentino da postura financeira cautelosa do Liverpool é, na verdade, o resultado de anos de disciplina. Os dirigentes do clube aproveitaram um momento de força financeira para agir com ousadia, mas de forma responsável. O Liverpool não quebrou o banco; eles o abriram exatamente na hora certa.

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