Ah, querido Jürgen Klopp, duvidei de você. Questionei (e questionarei novamente se achar necessário) suas escalações, substituições e teimosia. A falta de repertório também me irritou em determinados momentos da temporada. Hoje, devo reconhecer: o time tem encantado. Assim como a culpa pelas fracas atuações era sua e dos jogadores, a evolução da equipe dentro das quaro linhas também tem dedo seu e mérito dos atletas.
Você conseguiu na janela de inverno o que tanto queria e buscou durante o verão passado: a contratação do zagueiro Virgil van Dijk. Com ele, conseguiu resolver parcialmente os problemas defensivos. E devo confessar: achei um absurdo o valor pago no holandês. Até ele entrar em campo. Hoje, a cada partida, tem mostrado que é um excelente jogador. Parabéns por ter insistido nessa aquisição – mas, não faça isso outra vez, aumente o leque de opções para não “perder” um semestre, como neste caso.
E o Loris Karius hein? Aquele goleiro contratado no verão de 2016, junto ao modesto Mainz, que deu azar de se machucar na pré-temporada daquela temporada e que nunca conseguiu convencer ninguém de que poderia ser titular na meta vermelha? No começo deste ano, você decidiu bancar o rapaz como número 1 em detrimento ao questionável Simon Mignolet. E a sequência fez bem para o alemão, que tem adquirido confiança e gozado de um pouco mais de tolerância da torcida. Veremos como ele termina a temporada.
Há males que vem para o bem. E até nisso você deu sorte. Perdeu Alberto Moreno por contusão. Não que isso seja positivo, até porque o espanhol atravessava seu melhor momento com a camisa vermelha. Mas, sem ele, escalar Andrew Robertson se tornou obrigação. E como todos imaginavam, o escocês simplesmente tomou conta da posição e hoje é peça fundamental no sistema defensivo vermelho. Além, é claro, de apoiar com qualidade. Atleta contratado no início da temporada por você.
Na meiuca, você se deu o direito de experimentar coisas novas. Mesmo sem Adam Lallana e Jordan Henderson, que desfalcaram o time durante um bom período, deu moral para James Milner e Alex Oxlade-Chamberlain, além de esquecer por alguns momentos o holandês Georginio Wijnaldum. Aumentou o repertório da equipe e trouxe o tão sonhado equilíbrio. Deixar a teimosia de lado fez bem para o Liverpool e para o seu trabalho.
Quando o desempenho coletivo é bom, floresce as individualidades. E você também tem mérito nisso, Klopp. Nas suas mãos, muitos jogadores têm jogado o fino da bola, como, por exemplo, Robertson, Emre Can, Mohamed Salah e Roberto Firmino. Por conta disso, o time não tem sentido tanta – ou nenhuma – falta de Philippe Coutinho. Aliás, alguém lembra dele?
Mas, querido Klopp, como nem tudo são flores, não posso me despedir sem dar uma leve cornetada. Infelizmente, estamos com um elenco curto, sem muitas opções principalmente para o nosso trio de ataque. Faltou a aquisição de, pelo menos, uma peça de reposição mais confiável para os jogadores de frente. Atualmente, contamos apenas com Lallana, Danny Ings e Dominic Solanke.
No mais, parabéns pelo bom momento vivido pela equipe dentro de campo, já que tem muito do seu trabalho nisso. Não faça bobagens até o fim da temporada e convença o Can a ficar!
#YNWA
Por André Tobias. / Contatos: facebook.com/andrettobias - Twitter @andrettobias