É sem dúvida a armadilha de transferência mais antiga em que quase todos os clubes caíram. E o Liverpool estará atento para evitar uma repetição quando a janela abrir em janeiro.
Nunca seja persuadido a comprar um jogador com base em uma boa exibição em um torneio internacional.
Com a Copa do Mundo em andamento no Catar, mais uma vez há espaço para o Liverpool e outros clubes da Premier League serem seduzidos por performances no grande palco.
O fato de a competição estar sendo disputada de maneira incomum no meio de uma temporada, com a janela de janeiro aberta menos de quinze dias após a final em Doha, sugere que haverá uma intriga ainda maior sobre o possível movimento pesado de jogadores, já que tradicionalmente acontece após um grande torneio.
Mesmo na era do futebol de parede a parede na televisão e na internet, haverá jogadores que anteriormente passaram despercebidos - seja por causa de sua liga com falta de exposição mais ampla ou jogando por um clube desconhecido - que em breve atrairá a atenção do público em geral pela primeira vez.
O Liverpool já terá feito as bases para muitas de suas potenciais contratações, embora no caso de alguns alvos - como o meio-campista do Borussia Dortmund, Jude Bellingham - uma boa exibição na Copa do Mundo fará pouca diferença para qualquer interesse.
De fato, Jurgen Klopp e a equipe de recrutamento dos Reds saberão tudo sobre todos os talentos importantes ou promissores em exibição no Catar, com alguns sem dúvida aparecendo em sua lista. E essa lição de casa deve garantir que eles evitem cometer erros que prejudicaram quase todos os times nos últimos anos, mesmo que o Liverpool geralmente tenha evitado essa armadilha.
Às vezes, porém, é inevitável. Os zagueiros Torben Piechnik e Phil Babb foram comprados após o Campeonato Europeu de 1992 e a Copa do Mundo de 1994, respectivamente, mas nenhum deles teve tanto sucesso em Anfield quanto nesses torneios. Patrik Berger foi uma compra mais lucrativa, marcando para a República Tcheca na derrota para a Alemanha na final da Euro 1996 antes de, alguns meses depois, iniciar uma longa e bem-sucedida carreira no Liverpool.
É claro que, às vezes, os jogadores são contratados após a competição internacional, independentemente do impacto em seu país. Vegard Heggem não foi utilizado pela Noruega na Copa do Mundo de 1998 antes de se mudar para Anfield, enquanto Xabi Alonso (Euro 2004) e Dirk Kuyt (Copa do Mundo de 2006) não foram regulares nas finais.
Em 2010, Milan Jovanovic já havia concordado em se mudar para os Reds antes de marcar um gol da vitória da Sérvia contra a Alemanha na Copa do Mundo daquele ano, enquanto Raul Meireles, regular no torneio por Portugal, ingressou apenas alguns dias antes do prazo de transferência em agosto. E, mais recentemente, Alisson Becker e Xherdan Shaqiri estavam no radar do Liverpool muito antes da Copa do Mundo de 2018, após a qual chegaram.
Mas talvez o maior mito seja a compra de El Hadji Diouf e Salif Diao, que ajudaram o Senegal a chegar às quartas de final da Copa do Mundo de 2002. O Liverpool concordou com Diouf antes das finais, enquanto uma transferência foi negociada em princípio durante o próprio torneio para Diao. Na verdade, foram os torcedores dos Reds, e não o próprio clube, cuja visão da dupla foi influenciada por eventos no Japão e na Coréia do Sul naquele verão.
O Liverpool já mostrou que é esperto demais para cair em tal armadilha nas próximas semanas. Afinal, é o tipo de erro que pode custar milhões de libras e uma ou duas reputações.
Via ECHO