Texto por Colaborador: Redação 09/07/2025 - 01:30

A Câmara dos Comuns aprovou por 415 votos a 98 o Projeto de Lei de Governança do Futebol, que cria um regulador independente para supervisionar os clubes das cinco principais divisões do futebol masculino na Inglaterra. A nova legislação estabelece um órgão separado do governo e das entidades do futebol, com o objetivo de garantir a sustentabilidade financeira dos clubes e proteger o interesse dos torcedores.

“Estou orgulhosa de fazer parte do time vencedor que colocou nossos fãs de volta em campo, no centro do jogo, onde eles pertencem”, celebrou a Secretária de Cultura Lisa Nandy. A ministra destacou que o projeto foi feito “para clubes como Macclesfield, Wigan, Bury, Bolton, Derby, Reading, Sheffield Wednesday, Morecambe e muitos outros” que sofreram com gestões ruins.

O projeto havia sido inicialmente apresentado em março de 2024 pelo então governo conservador, mas foi arquivado devido às eleições. Com a chegada dos trabalhistas ao poder, a proposta foi retomada em julho e avançou rapidamente.

Grupos como o Fair Game classificaram a aprovação como um “passo histórico” em direção a um futebol mais justo, sustentável e transparente.

Porém, durante as discussões finais, os parlamentares também rejeitaram várias emendas importantes.

Álcool nas arquibancadas segue proibido

Uma proposta do Partido Conservador para iniciar uma consulta formal sobre a revogação da proibição de consumo de álcool nas arquibancadas foi rejeitada. A regra está em vigor desde 1985, criada como resposta aos altos níveis de vandalismo na época.

“Como os fãs de futebol sabem, temos essa proibição herdada que faz com que os torcedores corram para beber cerveja antes do início do jogo e no intervalo, o que muitas vezes atrasa a entrada nos estádios e causa superlotação nos saguões”, argumentou Louie French, deputado conservador.

A ministra dos Esportes, Stephanie Peacock, respondeu que o tema “está fora do escopo do projeto”, voltado à governança e sustentabilidade, mas garantiu ter encaminhado a questão ao Ministério do Interior, responsável pela legislação sobre álcool em estádios.

Ajuda a ex-jogadores com demência também foi rejeitada

Outra emenda rejeitada previa a criação de um esquema de compensação para ex-jogadores que sofrem de demência relacionada ao futebol. A ministra reconheceu a importância do tema, mas disse que ele também não se enquadra no escopo da proposta atual. “Isso não significa que o governo não seja sensível às demandas de ex-atletas e suas famílias”, afirmou.

Tentativa de maior transparência foi barrada

Também foi rejeitada uma emenda que exigia a publicação de interesses políticos e doações feitas pelos futuros presidentes do novo regulador. A proposta surgiu após o nome indicado pelo governo, David Kogan, ser alvo de investigação por ter doado para as campanhas de Lisa Nandy e do Primeiro-Ministro Keir Starmer.

Conservadores acusaram o governo de “clientelismo”, mas a maioria trabalhista barrou a exigência de divulgação de vínculos políticos.

Apesar da controvérsia em torno de temas paralelos, o avanço da legislação representa uma transformação significativa na estrutura do futebol inglês, com a criação de um órgão regulador que promete maior responsabilidade e proteção aos clubes e torcedores.

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