Texto por Colaborador: Redação 09/04/2025 - 05:00

Mohamed Salah está fazendo mais uma temporada impressionante com a camisa do Liverpool, somando 54 participações diretas em gols. Mas como seu desempenho na primeira metade da temporada se compara ao que ele tem feito recentemente?

O camisa 11 continua sendo o principal nome do ataque dos Reds, com incríveis 32 gols e 22 assistências até aqui. Isso representa nada menos que 49,5% das contribuições ofensivas da equipe em todas as competições.

Com sete jogos restantes no calendário, Salah ainda pode ultrapassar sua melhor marca no clube — os 58 gols e assistências registrados em sua temporada de estreia. No entanto, o momento não é dos melhores. O egípcio acumula quatro partidas seguidas sem balançar as redes — sua maior seca desde fevereiro de 2023 — e está há seis jogos sem dar uma assistência.

Apesar disso, não é hora de soar o alarme. A ausência de Trent Alexander-Arnold na lateral direita e o desempenho coletivo abaixo do esperado têm influenciado. Ainda assim, os números levantam a questão: o rendimento de Salah caiu na segunda metade da temporada?

Desempenho em queda?

Tomando como referência a metade da temporada da Premier League — encerrada com o empate diante do Manchester United em 5 de janeiro — os dados apontam para uma diferença significativa entre as duas fases da temporada.

Entre o início da temporada e aquele clássico em Anfield, Salah somou 21 gols e 17 assistências em 27 partidas. De lá pra cá, em 18 jogos disputados — ficou fora de três por conta de compromissos com copas — ele marcou 11 vezes e deu cinco assistências.

Na prática, a média de participações diretas em gols caiu de 1,4 para 0,88 por jogo. Os números são do site especializado FBref.

Mesmo mantendo a frequência de toques dentro da área adversária (7,8 no primeiro turno e 7,7 no segundo), houve uma redução no número de finalizações: a média caiu de 3,25 para 2,38 por jogo. Além disso, as chamadas ações de criação de finalizações — as duas jogadas anteriores a um arremate, como passes, dribles ou faltas sofridas — também diminuíram de forma acentuada.

Na primeira metade da temporada, Salah registrava 4,18 ações desse tipo por jogo. Agora, esse número despencou para 1,9. Essa queda coincide com a lesão de Alexander-Arnold e o visível desgaste do elenco.

Mas será que essa oscilação é algo pontual ou já conhecida da trajetória do egípcio em Anfield?

Padrão conhecido

As ausências de Salah durante as edições da Copa Africana de Nações e as eliminações precoces em competições de mata-mata influenciam seus números ao longo dos anos, mas uma tendência é clara: o camisa 11 costuma brilhar mais no primeiro semestre da temporada.

Somando todas as competições desde que chegou ao Liverpool, Salah anotou 141 gols e deu 59 assistências na primeira metade dos campeonatos. Na segunda metade, foram 102 gols e 50 assistências.

Ou seja, 58% dos gols e 54% das assistências do astro egípcio acontecem antes da virada do calendário. Seja por desgaste físico, marcação mais rígida dos adversários ou ajustes táticos que limitam sua liberdade, o fato é que Salah tende a ser menos decisivo conforme a temporada avança.

É claro que o debate existe: será que o nível de exigência sobe demais nas fases finais e ele acaba sendo avaliado com mais rigor? Talvez. Mas até mesmo na Premier League essa tendência se repete.

Em apenas três temporadas Salah marcou mais gols no segundo turno do campeonato inglês do que no primeiro. A maior diferença foi em 2022/23, quando anotou cinco gols a mais na reta final.

Nada disso diminui o tamanho do craque. Pelo contrário: entender seus padrões de rendimento apenas reforça o quanto Salah é crucial para o Liverpool — e pode muito bem ser a chave para levar o clube a mais um título nesta temporada.

 

 

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