Texto por Colaborador: Redação 12/06/2025 - 03:30

O Liverpool está prestes a concretizar uma das transferências mais marcantes de sua história, enquanto observa o Manchester City já ultrapassar a marca de £ 289 milhões em gastos com contratações apenas em 2025 — tudo isso antes mesmo da abertura oficial da janela de transferências do verão europeu. A diferença de poder de investimento entre os dois clubes, que compete diretamente na elite da Premier League, nunca foi tão evidente. Segundo o portal Transfermarkt, o elenco do City já acumula um custo total de montagem superior a £ 1,04 bilhão.

Desde janeiro deste ano, os Citizens já anunciaram oito contratações. Começaram o ano com Abdukodir Khusanov (£ 33,5 milhões), Omar Marmoush (£ 59 milhões), Nico Gonzalez (£ 50 milhões) e Vitor Reis (£ 29,6 milhões). Agora, na preparação para o Mundial de Clubes, adicionaram Rayan Ait-Nouri (£ 36,3 milhões), Marcus Bettinelli (valor não divulgado), Rayan Cherki (£ 34 milhões) e Tijjani Reijnders (£ 46,5 milhões) em um curto intervalo de três dias. E não para por aí: o clube está perto de contratar Sverre Nypan, do Rosenborg, em um negócio que pode quebrar o recorde de transferências da liga norueguesa, avaliado em cerca de £ 6,7 milhões.

A magnitude dos gastos do City chama atenção por ultrapassar, em apenas seis meses, o valor total de mercado de elencos inteiros de pelo menos sete clubes da Premier League na última temporada. Para efeito de comparação, cinco das oito contratações feitas recentemente pelo clube entrariam na lista das transferências mais caras da história do Liverpool, o que evidencia a diferença de abordagem entre os dois modelos de gestão. Enquanto os reds, sob o comando do grupo FSG, operam com uma estratégia autossustentável que prioriza escolhas certeiras, o City dispõe da liberdade de errar e recomprar rapidamente, como ficou claro com o caso de Gonzalez, adquirido no início de 2025 e já substituído por Reijnders no verão.

A volatilidade no meio-campo do City expõe essa diferença. Gonzalez chegou para ocupar a vaga deixada por Matheus Nunes, que por sua vez substituía Kalvin Phillips. O custo combinado dos três jogadores — todos sem grande impacto técnico — ultrapassa £ 145 milhões. Pep Guardiola tem liberdade para reformular rapidamente o elenco, dispensando atletas que não rendem conforme o esperado. Já outros clubes, como o próprio Liverpool, precisam de assertividade máxima para evitar prejuízos esportivos e financeiros.

Por isso, a iminente contratação de Florian Wirtz por valores que podem alcançar € 150 milhões, incluindo bônus, é vista como uma rara exceção em Anfield. O jovem alemão, estrela do Bayer Leverkusen e da seleção nacional, está prestes a se tornar a aquisição mais cara da história do clube — e possivelmente da Premier League — após passar por exames médicos nesta quinta-feira. Fontes próximas garantem que o negócio está fechado, restando apenas formalidades para o anúncio oficial. Apesar do valor elevado, o investimento só foi possível graças à performance esportiva recente do clube, ao controle financeiro e à ausência de grandes investimentos em janelas anteriores.

Enquanto o Liverpool aposta alto em um talento geracional com potencial para liderar o time nos próximos anos, o Manchester City segue reforçando-se de forma agressiva, alimentando debates sobre equilíbrio competitivo, ética financeira e os impactos dos mais de 115 processos por violações de regras da Premier League que ainda pairam sobre o clube de Manchester. Em um cenário onde poucos podem errar, o City se permite testar — e descartar — sem grandes consequências. Para o Liverpool, Wirtz não pode ser mais um nome na lista: ele precisa dar certo.

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