Enquanto o Liverpool aguarda um desfecho sobre as acusações de irregularidades financeiras que pairam sobre o Manchester City na Premier League, o clube inglês se vê no centro de mais um escândalo. Javier Tebas, presidente-executivo da La Liga, acusou os Citizens de um esquema financeiro semelhante ao da Enron, famoso caso de fraude contábil que abalou os Estados Unidos em 2001. Segundo Tebas, o caso está sob investigação da Comissão Europeia.
Em fevereiro de 2023, o City foi acusado de mais de 115 violações das regras financeiras entre 2009 e 2018. Desde então, o clube tem defendido sua inocência, alegando possuir "provas irrefutáveis". Um julgamento ocorreu entre setembro e dezembro do ano passado, e agora um painel disciplinar revisa as acusações, com uma decisão final prevista para breve.
No entanto, o caso pode se arrastar ainda mais, já que tanto o Manchester City quanto a Premier League podem recorrer do veredicto. Paralelamente, Tebas trouxe novas acusações contra o clube durante a cúpula Business of Football, organizada pelo Financial Times. Segundo ele, os ingleses teriam distribuído perdas financeiras entre diversas empresas ligadas ao clube para mascarar seus balanços e burlar as regras do fair play financeiro.
"Eles estão sempre buscando formas de driblar os regulamentos. Levamos isso à União Europeia com dados concretos. O Reino Unido pode não estar mais na UE, mas o City tem atividades comerciais na Europa. Em julho de 2023, a UE decidiu que pode investigar empresas que recebem auxílio estatal, independentemente de sua localização", afirmou Tebas.
Ele ainda comparou o caso ao escândalo da Enron, afirmando que o City teria alocado perdas em empresas que não fazem parte oficialmente do City Football Group para manipular balanços. "Eles têm empresas de olheiros e de marketing, onde registram custos elevados e cobram menos do City, reduzindo artificialmente as despesas do clube."
Em resposta às acusações, o City afirmou, por meio do jornal The Mirror, que Tebas tem um "histórico longo" de ataques ao clube e se recusou a comentar diretamente, apontando para seus registros contábeis públicos como prova de transparência. Enquanto isso, o CEO da Premier League, Richard Masters, evitou estipular um prazo para a conclusão da investigação em andamento.