Texto por Colaborador: Redação 08/12/2025 - 02:00

O Liverpool atravessa um momento crítico, e as estatísticas mostram que o problema vai além do trabalho de Arne Slot. Apesar das críticas justificadas ao treinador pela má fase da equipe, os dados apontam que o desempenho individual dos jogadores também é um fator determinante na queda de rendimento.

Os Reds vivem uma sequência historicamente negativa, com apenas duas vitórias no campeonato desde 20 de setembro e seis jogos nos últimos 10 em que sofreram três ou mais gols.

Analisando apenas os números da Premier League, seria difícil acreditar que o time está a 10 pontos do líder. Com somente 23 pontos conquistados em 15 partidas nesta temporada, o Liverpool tem cometido erros defensivos individuais recorrentes, enquanto peca na precisão ofensiva.

Paradoxalmente, a equipe criou 42 grandes chances na temporada, segundo dados do FotMob, ficando atrás apenas de Manchester City (49) e Arsenal (42). Além disso, lidera a posse de bola na liga, com média de 61,5%, e seus jogadores registraram 465 toques na área adversária, número superado apenas pelas equipes de Pep Guardiola e Mikel Arteta.

Entretanto, tem sido justamente a qualidade nos momentos decisivos que tem custado caro ao Liverpool.

A finalização é o grande problema?

Embora tenha gerado 42 grandes oportunidades, o Liverpool desperdiçou 30 delas – apenas o Manchester City perdeu mais chances claras. As dificuldades diante do gol também ficam evidentes quando analisamos o xG (gols esperados).

Nas últimas 15 partidas considerando todas as competições, os Reds produziram 28 xG, mas converteram apenas 20 gols efetivamente. Por outro lado, concederam 20,63 xG, porém sofreram 28 tentos.

Esses números sugerem que Slot enfrenta complicações com seus atacantes, que não conseguem balançar as redes quando necessário. Porém, qualquer observador atento percebe que o Liverpool tem problemas que vão muito além da má pontaria.

Liverpool sofre mais gols do que o esperado pelo xG

O fato de o Liverpool estar levando mais gols do que o previsto pelo xG é atípico. Geralmente, a responsabilidade recairia sobre o goleiro, mas nem Alisson nem Giorgi Mamardashvili têm apresentado falhas significativas.

Portanto, ou a finalização dos adversários tem sido excepcionalmente eficiente, ou o Liverpool está concedendo chances em posições muito perigosas – sendo esta última opção praticamente certa.

De acordo com o FBRef, apenas os goleiros de Leeds, Manchester United e Wolves têm porcentagem de defesas combinada inferior à do Liverpool nesta temporada da Premier League.

O PSxG (gols esperados após o chute) é uma métrica que mede a qualidade de uma finalização e a probabilidade de o goleiro fazer a defesa. Por exemplo, um chute com PSxG de 0,7 tem, teoricamente, 70% de chance de resultar em gol. Uma finalização que sai para fora recebe avaliação zero.

Significativamente, o Liverpool sofreu PSxG de 19,1 no campeonato nesta temporada, mas na prática levou 24 gols. Essa diferença de -4,9 gols é a segunda pior de toda a liga. Vale destacar que apenas o Wolves sofreu mais gols em relação ao seu PSxG.

Em outras palavras, isso indica que os adversários do Liverpool geralmente têm tempo e espaço suficientes para finalizar sem pressão adequada.

Seja por falhas individuais – e sim, o argumento de que Slot deveria ter poupado alguns jogadores é válido –, por falta de intensidade ou por problemas táticos próximo à área, essa situação precisa ser corrigida rapidamente ou o Liverpool corre sério risco de estagnar no meio da tabela.

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