Apesar de um segundo tempo dominante, o Liverpool não conseguiu evitar a eliminação para o Paris Saint-Germain, que alcançou um feito inédito no torneio. Os franceses se tornaram a primeira equipe, em 40 tentativas, a reverter uma derrota em casa no jogo de ida e eliminar os Reds na Europa.
Com a vantagem mínima de 1 a 0 conquistada no primeiro confronto, a torcida do Liverpool acreditava na classificação às quartas de final. No entanto, o PSG demonstrou sua força e, após mais de 210 minutos de confronto, mostrou superioridade em momentos decisivos.
O primeiro tempo em Anfield expôs a vulnerabilidade dos Reds no contra-ataque, permitindo ao adversário um xG (gols esperados) de 2,03 – a maior marca sofrida pelo Liverpool em casa nesta temporada. Na etapa final, porém, os comandados de Arne Slot assumiram o controle e reduziram drasticamente as oportunidades parisienses, limitando o PSG a apenas 0,1 xG.
Mesmo com a pressão, os Reds não conseguiram transformar o domínio em gols. Jarell Quansah acertou a trave interna e, no fim, o time produziu apenas dois chutes certos no alvo. Na prorrogação, o PSG voltou a crescer, controlando a posse de bola até a decisão por pênaltis.
Nas cobranças, o time francês converteu todos os seus quatro chutes, enquanto apenas Mohamed Salah balançou as redes pelo Liverpool. Jogando sua 73ª partida na Liga dos Campeões pelos Reds, Salah está atrás apenas de Jamie Carragher (80 jogos) como o atleta com mais atuações pelo clube na competição.
Darwin Núñez e Curtis Jones viram seus chutes parados por Gianluigi Donnarumma, com Jones entrando para a história como o segundo inglês a desperdiçar um pênalti decisivo no torneio, após John Terry, segundo dados da Opta.
Noite de goleiros decisivos
Apesar dos grandes talentos ofensivos em campo, foram os goleiros que marcaram o confronto. No jogo de ida, Alisson teve uma atuação brilhante, enfrentando 27 finalizações e registrando nove defesas – seu recorde em uma partida pelos Reds. Apenas dois arqueiros conseguiram igualar esse número em mata-matas da Liga dos Campeões, ambos pelo Real Madrid: Thibaut Courtois, na final de 2022 contra o próprio Liverpool, e Andriy Lunin, contra o RB Leipzig, em 2024.
Em Anfield, o brasileiro voltou a brilhar, realizando mais sete intervenções decisivas, somando 16 defesas nos dois confrontos – marca mais alta de um goleiro em uma eliminatória da Champions desde Manuel Neuer pelo Bayern de Munique, contra o Real Madrid, em 2016/17.
No outro lado do campo, Donnarumma também foi crucial. O goleiro italiano de 1,95m impôs sua presença e confirmou sua fama como um dos melhores pegadores de pênaltis do futebol mundial, garantindo a classificação do PSG.